quarta-feira, 30 de junho de 2010

“O crack é uma escravidão”!

Ana Paula Nonnenmacker, autora do livro “Meninos do Crack”

Ao deparar com o envolvimento de dois amigos com o crack, a jornalista Ana Paula Nonnenmacker, 27 anos, mergulhou em um submundo repleto de histórias tristes e desesperadoras. Decidida a ajudar os amigos e a conhecer de perto a problemática da droga, Ana Paula passou 11 meses frequentando bocas de fumo e pontos de prostituição. Nesse percurso, a curiosidade se transformou no livro Meninos do Crack. Em entrevista a Zero Hora, ela dá detalhes sobre a experiência que resultou na obra, que narra a trajetória de 50 dependentes com quem conviveu por meses:
Zero Hora – Por que o interesse pelo tema?
Ana Paula Nonnenmacker – A partir da convivência com duas pessoas que eram usuárias do crack. Os dois eram meus amigos. Eu via que eles queriam largar a droga, se internavam, mas recaíam. Questionava -me que droga é essa que consegue levar tão rápido ao fundo do poço.
ZH – Como surgiu a ideia do livro?
Ana Paula – Eu me sentia impotente pela situação, então comecei a pesquisar sobre o assunto na internet. Comecei observando uma boca de fumo perto da minha casa até que criei coragem e abordei um usuário. Entre idas e vindas, ele começou a me contar sua história. No início, eles não gostavam da abordagem, mas aos poucos fui conquistando mais pessoas e comecei a conhecer esse mundo.
ZH – Os usuários têm noção que estão fazendo mal para si próprio?
Ana Paula – Eles sabem o mal que a droga causa. Eles até querem largá-la, mas não conseguem. Dos 50 que entrevistei, só um deles eu sei que conseguiu cair fora. Eles se tornam escravos do vício.
ZH – A senhora conseguiu traçar um perfil social desses usuários com quem conversou? Há relação com outras drogas?
Ana Paula – Com certeza. A falta de uma estrutura familiar é um dos principais motivos. Alguns também têm muita liberdade. Não possuem limites. E tem também a relação com as outras drogas, claro. Ele começa na maconha, vai pra cocaína e acaba no crack. Só que quando chega no crack ele não tem mais volta.
ZH – Por que isso acontece?
Ana Paula – É uma droga muito potente. O efeito do crack também é muito rápido. Depois que ele usa o crack, ele nem quer saber de algo mais leve. É uma escravidão.
ZH – O que traficantes dizem?
Ana Paula – Eles sabem o que estão fazendo, mas não se importam muito. Eles deixaram bem claro para mim que é o usuário que vai até lá, e não o contrário.
ZH – O que a senhora viu de mais marcante neste período?
Ana Paula – Teve um caso que me marcou. Um menino de 18 anos que teve a mão cortada por causa de dívida de R$ 50 com um traficante.
ZH – O que pode ser feito?
Ana Paula – Não nos resta outra coisa a não ser trabalhar na prevenção. Claro que o Estado tem de investir em estrutura para atender esses viciados. Se não tiver como recuperar fica difícil de mudar nossa realidade. Muitos entram nisso por curiosidade. Temos de chegar neles antes disso.
Zero Hora – Por que o interesse pelo tema?
Ana Paula Nonnenmacker – A partir da convivência com duas pessoas que eram usuárias do crack. Os dois eram meus amigos. Eu via que eles queriam largar a droga, se internavam, mas recaíam. Questionava -me que droga é essa que consegue levar tão rápido ao fundo do poço.
ZH – Como surgiu a ideia do livro?
Ana Paula – Eu me sentia impotente pela situação, então comecei a pesquisar sobre o assunto na internet. Comecei observando uma boca de fumo perto da minha casa até que criei coragem e abordei um usuário. Entre idas e vindas, ele começou a me contar sua história. No início, eles não gostavam da abordagem, mas aos poucos fui conquistando mais pessoas e comecei a conhecer esse mundo.
ZH – Os usuários têm noção que estão fazendo mal para si próprio?
Ana Paula – Eles sabem o mal que a droga causa. Eles até querem largá-la, mas não conseguem. Dos 50 que entrevistei, só um deles eu sei que conseguiu cair fora. Eles se tornam escravos do vício.
ZH – A senhora conseguiu traçar um perfil social desses usuários com quem conversou? Há relação com outras drogas?
Ana Paula – Com certeza. A falta de uma estrutura familiar é um dos principais motivos. Alguns também têm muita liberdade. Não possuem limites. E tem também a relação com as outras drogas, claro. Ele começa na maconha, vai pra cocaína e acaba no crack. Só que quando chega no crack ele não tem mais volta.
ZH – Por que isso acontece?
Ana Paula – É uma droga muito potente. O efeito do crack também é muito rápido. Depois que ele usa o crack, ele nem quer saber de algo mais leve. É uma escravidão.
ZH – O que traficantes dizem?
Ana Paula – Eles sabem o que estão fazendo, mas não se importam muito. Eles deixaram bem claro para mim que é o usuário que vai até lá, e não o contrário.
ZH – O que a senhora viu de mais marcante neste período?
Ana Paula – Teve um caso que me marcou. Um menino de 18 anos que teve a mão cortada por causa de dívida de R$ 50 com um traficante.
ZH – O que pode ser feito?
Ana Paula – Não nos resta outra coisa a não ser trabalhar na prevenção. Claro que o Estado tem de investir em estrutura para atender esses viciados. Se não tiver como recuperar fica difícil de mudar nossa realidade. Muitos entram nisso por curiosidade. Temos de chegar neles antes disso.

- Informações sobre o livro podem ser obtidas no site www.meninosdocrack.com.br

Dependente ou co-dependente?

As drogas são substâncias capazes de produzir alterações físicas, psíquicas e emocionais.
Podem ser utilizadas para curar doenças ou obter prazer. Então, como será que "droga" pode ser considerada do bem? Nem sempre o desagradável faz mal a saúde. Ninguém gosta de tomar injeção, mas se for necessária, essa sensação ruim passa a ser boa.Existem dois gêneros de drogas: as lícitas, permitidas por lei, sendo seu comércio legal (álcool e o cigarro, além de alguns alimentos como café, chocolate, energéticos e também medicamentos) e as ilícitas, cuja comercialização é proibida pela justiça (maconha, cocaína, ecstasy, crack, heroína, etc)...

Leia mais aqui:

http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?
c=1910&msg=Dependente ou co-dependente?

Laudo psiquiátrico diz que músico usuário de crack que matou amiga sabia o que estava fazendo!

RIO - O laudo de exame de sanidade mental realizado por uma psiquiatra do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho concluiu que o músico Bruno Kligierman, que ano passado estrangulou até a morte a amiga Bárbara Shamon Calazans , de 18 anos, era, quando cometeu o fato, "inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato e inteiramente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento"...

Leia mais aqui:

 http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/06/29/laudo
-psiquiatrico-diz-que-musico-usuario-de-crack-que
-matou-amiga-sabia-que-estava-fazendo-917009425.asp

Os efeitos do crack no organismo!

Forma menos pura da cocaína, o crack tem um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas. Ao prazer intenso e efêmero, segue-se a urgência da repetição. Além de se tornarem alvo de doenças pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à violência e a situações de perigo que também podem matá-lo...

Leia mais aqui:

http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/br/cracknempensar/
conteudo,0,3755,Comocrackagenoorganismo.html

Quem se encontra em situação de risco ao uso de drogas?

"Todos os adolescentes". O fumo, o álcool e as drogas estão disponíveis, e a maioria dos jovens são objeto de pressão para o início de seu uso. Sem dúvida, alguns adolescentes estão em maior risco do que outros. Os três fatores mais importantes são a história familiar, o uso por parte dos pais e certas características individuais.
A história familiar de alcoolismo indicaria uma predisposição genética, teoria sustentada em estudos de filhos adotivos. Não só é fator de risco o uso por parte dos pais, mas a atitude, a educação e as medidas disciplinares inconsistentes com relação ao uso de substâncias aos seus filhos. Quando uma família está socialmente isolada é maior o perigo de uso de substâncias e aumenta o índice de abuso físico e sexual ou de fuga do lar. Outros fatores familiares predisponentes são o estresse causado por uma separação, divórcio, novas uniões conjugais, desemprego e doença ou morte de um dos pais. Um dos mais poderosos fatores predisponentes ao uso de substâncias é a influência do grupo de iguais. Um adolescente cujos melhores amigos usam o fumo, o álcool e outras drogas será mais facilmente levado a experimentar do que aquele cujos amigos evitam as drogas e não estão de acordo com seu uso.

Você sabe o que é a síndrome de abstinência?

Síndrome de Abstinência é um quadro de alterações físicas, ocasionadas pela falta da droga no organismo, estas alterações variam de acordo com o tipo de droga, com a freqüência do uso, com a quantidade utilizada e com o estado físico do usuário. Por exemplo, o alcoolista, quando privado do álcool, apresentará um quadro de síndrome com tremores e sudoreses, náuseas e vômitos, podendo chegar, em casos mais graves até a delirium tremuns, coma ou morte.

Movimento por clínica para viciados colhe 3 mil assinaturas !

Cerca de 40 jovens são levados mensalmente para triagem em Pirajuí...

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http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5168
&msg=Movimento por clínica para viciados colhe 3 mil assinaturas

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Crack: os efeitos da droga no cérebro!

Liberdade é o que um rapaz que parou de fumar crack há dois anos carrega no peito...

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http://www.antidrogas.com.br/mostra_manchete.php?
lk=http://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,
MUL1602980-10041,00.html&co=2700

"Menino castigado" Série Meninos do Crack!

Tinha dezesseis anos quando tive meu primeiro contato com as pedras. O que posso dizer? Eu, um jovem curioso, filho de pais separados,o menor de uma família de classe média alta. Tinha uma vida feliz,embora meus pais fossem bem enérgicos comigo. Sempre me exigiam que estudasse bastante. Era assim, algumas discussões, como em toda a família normal.Meu pai sempre foi muito rígido comigo. Jamais esquecerei quando ele descobriu que estava usando drogas. Me deu uma surra muito grande e falou que pediu para minha mãe fazer um aborto quando estava grávida de mim. Me batia e usava essas palavras: “você não deveria ter nascido”.O que me marcou não foi a surra, mas as frases ditas, que me causaram uma grande dor.Sai de casa e fui até um traficante da cidade buscar pó. Ele disse que não tinha e me ofereceu pedra. Nunca tinha usado. Lembro de ter perguntado a ele qual era a diferença da cocaína e da pedra e ele ter me dito que nenhuma, apenas, que o pó se cheirava e a pedra se fumava. Eu acreditei.Parti para a nova experiência. Um garoto com dinheiro, conforto,revoltado e destemido da vida. Dei o primeiro pega e senti que era diferente do pó, agia mais rápido. Então, quis mais. Gastei todo o dinheiro que eu tinha naquela noite. Sabe, eu penso que me viciei desde o primeiro pega. Pois, a partir dali, tudo ficou diferente. Quando cheirava não era assim, eu usava de vez em quando. Até sentia falta, mas conseguia ficar sem. Com o crack, na segunda vez que usei, já não me controlei mais. Gastei o dinheiro do bolso, vendi o som, os estepes e
empenhei os documentos do carro do meu pai. A partir daquele dia, as minhas festas eram regadas a pedras, sempre nos fins de semana.Depois, a necessidade foi aumentando e passei a usar mais vezes durante a semana, até que a droga me possuiu.Sempre se tem um motivo para fumar. No inicio, você pensa assim. Não acha que está viciado. Um dia se usa para comemorar, outro,porque se desentendeu com os pais e quer esquecer, e por ai vai. A pedra toma conta do ser humano. Simplesmente, vai te levando, sem que você mesmo perceba. Não tem o ditado: “cabeça vazia é a oficina do diabo”? Pois é, nos dias que não se tem muito que fazer, se fuma isso no inicio. Depois, já era. Sem que se perceba, vai se perdendo os valores.
Vi meu irmão se formar, minha irmã comprando uma pousada e eu, bom, roubando e assaltando. Aí vem a culpa, a vergonha. Você quer pedir ajuda, mas não admite. Tem vergonha, se sente inferior e fuma cada vez mais. Depois da pedra, a rotina de um viciado, quando se tem uma família como a minha, não é de passar fome. Por mais que você seja um pedreiro, eles não vão negar alimentos, mas para obter o dinheiro, a rotina é roubar, assaltar, dar golpes. Se pensa na família, se lembra dos momentos, mas não se consegue sair do mundo das pedras.Eu fumo até para esquecer eles, para não ficar com culpa.Essa droga te ameniza os sentimentos. Não se sente nada, não se pensa. É um anestésico, que vai tomando conta de você, mas que não te preenche os vazios. Na verdade, acho que não quero preencher meus vazios, suprir necessidades. Tenho tudo: casa, conforto, mas, mesmo assim, prefiro andar por ai, rolando. Passam os dias e eu continuo na rotina de andar, para cima e para baixo, para conseguir a droga. Não tenho muita dificuldade de conseguir a grana, sempre levanto.Já fui preso duas vezes. Se vive sempre em risco, a vida por um fio, a cada dia. Uma loucura. Por que não consigo sair? Basta dar um telefonema, me internar, mas não consigo fazer isso, algo me prende.As pedras me prendem de uma maneira que não consigo me mover para me ajudar, para largar essa vida da qual já estou cansado. Estou farto de viver assim, mas não consigo me libertar.

Piá tem vinte e cinco anos. Possui o segundo grau completo. Fuma crack há nove anos e passou por três internações de reabilitação.
Material extraído do Livro Meninos do Crack da Escritora Ana Paula Nonnenmacher

Dia Internacional de Combate às Drogas: somente 11% do Funad foram gastos!

26/06 foi celebrado o Dia Internacional do Combate às Drogas. No entanto, pesquisas divulgadas recentemente mostram que o consumo de substâncias ilícitas no Brasil está aumentando...

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http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=
5167&msg=Dia Internacional de Combate às Drogas:
somente 11% do Funad foram gastos

domingo, 27 de junho de 2010

Dependência???

Dependência Física,Psicológica,Requisitos Básicos da Dependência...

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http://www.antidrogas.com.br/dependencia.php

Movimento Pela Vida Sóbria Sem o Uso de Drogas no Brasil!

Pedimos licença para começar dessa forma bem carinhosa, nossas considerações sobre um palpitante assunto nacional, que você já deve saber, “A LIBERAÇÃO DAS DROGAS.”...

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http://aluneyelferr.blogspot.com/

O que é crack?

Crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, que resulta em pequeninos grãos, chamados vulgarmente de pedras e que são fumados em cachimbos (improvisados ou não). È mais barato que a cocaína, mas, como seu efeito dura muito pouco, acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo passa a ser maior.
Estimulante seis vezes mais potente que a cocaína, o crack provoca fortíssima dependência psíquica e leva á morte por sua ação fulminante sobre os sistemas nervoso central e cardíaco.

Meu namorado usa drogas. Como lidar com a situação?

Nem sempre quem a gente namora faz aquilo de quem gosta ou em que acredita. È comum em uma relação que as pessoas tenham pontos de vista distintos. Com relação ás drogas, isso funciona da mesma maneira. Seu namorado as está usando e você não aprova seu comportamento. Não adianta fingir que nada está acontecendo. Uma conversa aberta para você pode se posicionar nessa história é muito importante. Precisa saber se ele quer ajuda, se ele sabe os riscos que está concorrendo e qual o padrão de consumo.Em casos mais extremos, você pode ter de buscar o apoio de um especialista (terapeuta).

Como perceber que os filhos estão envolvidos com drogas? Quais os sinais de alerta para os pais?

Alguns sinais e sintomas do uso de drogas são: mudança repentina no círculo de amigos de seu filho; mudança nas notas ou no comportamento escolar; comportamento evasivo e mentira; reação exagerada à critica suave ou a pedidos simples; perceptível indisciplina; perda repentina de interesse nas atividades familiares; mudança no discurso e nos padrões de vocabulário; mudança no padrão do sono.

sábado, 26 de junho de 2010

7° Depoimento Crack. "Virei um noia"!

M.G.O., 41, empresário, dono de postos de gasolina: "virei um noia"


                                 

“Nasci e cresci no Itaim e sempre estudei em escolas particulares. Aos 16 anos, era um maconheiro inveterado. Não apenas por modismo, mas também porque tinha autoestima baixa e era tímido. Passei a usar cocaína e injetáveis. Descobri como se fazia crack em casa e passei a fumar.
Tive dois filhos e, em 1999, depois de tentar parar, eu me internei pela primeira vez. Fiquei limpo por mais de cinco anos, quando decidi voltar a estudar. Em 2006, finalmente eu me formei em administração e, para comemorar, decidi tomar uma cerveja. Mas o álcool é um gatilho para a droga. Recaí e fumei todas as pedras a que tinha direito. Sou daquele tipo que acaba com o estoque do traficante. Apesar disso, nunca deixei de atender às necessidades de meus dois filhos e de minha mulher.
Hoje alterno períodos de seis meses sem usar, mas sempre recaio. Chego a ficar dois dias fora de casa. Virei um ‘noia’. Por insistência da família, decidi me internar no último dia 8. Fui para a clínica só com a roupa do corpo e com a vontade de ficar livre disso de uma vez por todas. Hoje sei que sou doente. Preocupo-me com meus filhos e com minha mulher, que nem sei mais se ainda tenho.”

M.G.O., 41, empresário, dono de postos de gasolina

Governo cria comitê para monitorar ações contra o crack !

Depois de anunciar investimento pesado no combate ao crack, o governo criou ontem um comitê para monitorar as várias ações promovidas pelos ministérios para resolver o problema.
O Comitê Gestor do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas terá sua primeira reunião já na próxima quarta-feira. A comissão será composta por membros de 15 órgãos do Executivo.
Em maio, o governo federal anunciou investimentos de R$ 410 milhões para implementar as ações do plano de combate ao problema no país neste ano. O plano terá três frentes: prevenção, combate e tratamento de usuários do crack. Nesta semana, o presidente Lula reconheceu que há falta de coordenação das ações contra o crack entre os ministérios.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Crack: a vida dos dependentes!

A segunda reportagem da série sobre crack mostra como é difícil sair do mundo da droga. Veja depoimentos de quem consome a droga e quer largar o vício, mas não consegue...

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http://www.antidrogas.com.br/mostra_manchete.php?lk=http://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,MUL1602510-
10041,00.html&co=2699

Relatório Mundial sobre Drogas 2010 revela tendências de novas drogas e de novos mercados !

Relatório Mundial sobre Drogas 2010 revela tendências de novas drogas e de novos mercados
23 de junho de 2010 - O Relatório Mundial sobre Drogas 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostra que o consumo de drogas está se deslocando em direção a tendências de novas drogas e de novos mercados...

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http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=1898&msg
=Relatório Mundial sobre Drogas 2010 revela tendências de
novas drogas e de novos mercados

“Solidão leva ao consumo”, diz ex-usuária!

Formada em Comércio Exterior no ano passado, Fernanda*, de 32 anos, é ex-usuária de cocaína. Segundo ela, a solidão e a vontade de fazer amigos em um ambiente novo são os motivos que tornam o consumo de drogas alto entre os universitários...

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http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5162
&msg=“Solidão leva ao consumo”, diz ex-usuária

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Combate ao ´crack´ pode ter política nacional!

O Brasil pode ter uma política nacional de combate ao crack, conforme sugestão incluída no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)...

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http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5161

O crack é uma droga mais forte que as outras?

É. As pessoas que o experimentam sentem uma compulsão (desejo incontrolável) de usá- lo de novo, estabelecendo rapidamente uma dependência física, pois querem manter o organismo em ritmo acelerado. Como o crack é uma das drogas de mais altos poderes viciante, a pessoa, só de experimentar, pode tornar- se um dependente químico. Ele não é, porém, uma das primeiras drogas que alguém experimenta, de modo geral, seu usuário já usa outras, principalmente cocaína, e passa a ultilizar o crack por curiosidade, para sentir efeitos mais fortes, ou ainda por falta de dinheiro, visto que ele é bem mais barato por grama do que a cocaína.

Mãe acorrenta e amarra filho viciado em crack em Franca, SP!

SÃO PAULO - Um adolescente de 17 anos, viciado em crack, foi acorrentado em casa pela mãe. O gesto desesperado veio depois de cinco anos de luta contra as drogas. O caso ocorreu nesta terça-feira à tarde, no bairro Vila Imperador, em Franca, a 395 km de São Paulo...

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http://www.antidrogas.com.br/mostra_manchete.php?lk=http://
oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/06/
22/mae-acorrenta-amarra-filho-viciado-em-crack
-em-franca-sp-916952785.asp&co=2697

Um em cada quatro universitários usou drogas no último mês, diz estudo!

Levantamento com 18 mil estudantes revelou que o índice é muito maior que o da população em geral, de 4,5%...

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http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=1896
&msg=Um em cada quatro universitários usou drogas no último mês, diz estudo

6° Depoimento Crack. "Fumo 25 pedras por dia"!


“Cometi todo tipo de loucura para conseguir crack. Pedi esmola, pegava comida no lixo e até assaltei com arma. Depois, ao me lembrar do rosto das vítimas, sempre me arrependia. Cheguei a pesar 37 quilos e até a me prostituir por duas vezes para conseguir algumas pedras.
A depressão é tão forte que tentei me matar por três vezes, uma delas em frente à minha terapeuta. Ainda bem que ela impediu. Fumo 25 pedras por dia. Estou internada desde o dia 26 de abril e está difícil ficar sem o crack.”

Ana, 34 anos, estudante de massoterapia

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Precisamos travar uma guerra sem dó nem piedade contra o crack, diz Lula!

Presidente participou de cerimônia da 12ª Semana Nacional Sobre Drogas. Lula cobrou esforço de prefeituras na execução do plano contra o crack...

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http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5157&msg
=Precisamos travar uma guerra sem dó nem piedade contra o crack, diz Lula

O príncipe que perdeu a realeza. Série Meninos do Crack!

Eu tinha quatorze anos quando comecei a usar crack. Uma trajetória que ainda não sei onde vai parar e como vai terminar. Mais um mistério a ser desvendado pela sociedade.A vida de quem usa pedra é uma mistura de emoção, adrenalina,medos e, é claro, riscos. A cada dia, um novo desafio, para ter grana para fumar. Não se tem compromissos com mais nada. Se passa noites e dias correndo atrás de grana, para satisfazer o vício.Tenho sorte, cometi vários delitos e nunca fui em cana. Um dia,para conseguir dinheiro, vou ao mercado e roubo barras de chocolate,para trocar por pedras. No outro dia, assalto pedestres. Assim vai, mas não é porque sou um drogado que não tenho princípios. Jamais vou tirar algo de mulheres e de velhos, os considero indefesos. Eu paro, penso e prometo, para mim mesmo, que vai ser a ultima vez, mas quando percebo, a vontade de fumar vem, e aí, tenho que ir atrás, dar uma banda e levantar a grana.Quando lembro a minha infância, me vejo um príncipe. Era isso que eu era. Tinha tudo que uma criança pode querer: brinquedos,guloseimas, roupas e boas escolas. Agora estou assim: um homem que rouba carros, motos e assalta ônibus, que é barbada para fumar pedras.Não dá para acreditar que aquela criança calma, loura com os olhos azuis, que morava em uma bela casa com a tia e tinha uma vida maravilhosa, se transformou em um drogado. Poxa, nem eu acredito que minha vida se transformou de tal maneira. Onde ficaram meussonhos, meus objetivos de vida? O quê o crack fez comigo? Cadê as mulheres? Onde estão às festas? Tudo sumiu. Foi para o espaço a minha vida, os meus princípios e valores.Voltando ao passado, lembro a infância onde preferi morar com minha tia, porque minha mãe morava em Montevidéu e eu não me acostumei com a cultura de lá. Queria ficar perto dos meus amigos,gostava do Rio Grande do Sul. Então, minha tia me acolheu. Mulher batalhadora, carinhosa, prestativa, que não me gerou, mas tinha um imenso amor por mim. Minha tia me educou, me cuidou , me resenteou. Como minha tia trabalhava muito, isso fez com que ela não percebesse, de imediato, que eu estava caminhando no mundo das drogas. Na adolescência, tinha muita liberdade. Sempre gostei de tudo que tem emoção e adrenalina, talvez fosse essa mesma emoção que me levou para o crack. Comecei a andar de skate e, como todo skatista,fumava maconha. Sei lá, me sentia melhor andando de skate chapado.Sempre tive dinheiro e liberdade, assim começou. Parecia mentira, mas eu e meus amigos roubávamos motocicletas por pura diversão. Não precisávamos. Tínhamos tudo, mas, para mim, isso não parecia um problema. Usei todos os tipos de drogas, até chegar ao crack.minha vida mudou muito: não tenho mais um lar, minha tia faleceu, minha mãe foi assassinada pelo namorado e eu fiquei aos trancos e barrancos. Fui adotado, mais uma vez. Dessa vez, foi o crack quem me adotou, mas o crack não é pai. Ele te adota, te acolhe, te escraviza e te aprisiona. Não tenho mais como escapar. A sociedade não entende todo esse processo. Tem muita gente,por aí, que quando percebe que você é drogado, chega a atravessar a rua de medo, pensando que vamos fazer alguma maldade. Poxa, euexisto! Faço parte dessa sociedade, querendo as pessoas ou não. Eu sou um ser humano, mesmo sendo um viciado em pedras. Talvez, até tenha culpa de estar assim, nessa situação, mas você pensa que é fácil sair disso? Desse círculo vicioso? Todos querem e ainda se busca soluções.Também estou procurando.Será que tem uma fórmula mágica? Eu quero essa fórmula, para poder deixar essas pedrinhas brancas, que estalam e me deixam doidão por minutos. Acredito que eu fumo umas três gramas de crack por dia.Não tenho muito controle. Só sei que, se eu pegar cinco, dez ou vinte reais, eu fumo tudo. Depois de fumar a primeira, se quer mais e mais.Sei lá, pode parecer estranho, mas vou levando, não vivendo, porque isso não é vida. Não paro para pensar em muita coisa. Vou levando assim. Até quando?Não sei. Ainda se espera um milagre. Eu, meus amigos que,também, estão nessa e a sociedade. Aqui estou eu, mais uma vitima do crack, com sonhos pendentes.Nessa loucura, tudo foi acontecendo de uma forma que eu não me dei conta, e cá estou.

Rui tem trinta anos e é vendedor. Possui o primeiro grau completo.Fuma crack há dezesseis anos e passou por duas internações de reabilitação.

Material extraído do Livro Meninos do Crack da Escritora Ana Paula Nonnenmacher

terça-feira, 22 de junho de 2010

Você sabe o que é overdose?

Entende-se por overdose uma situação em que o consumo da substância é superior ao que o organismo suporta, produzindo conseqüências graves que requerem cuidados médicos e não raro podem levar à morte...

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http://www.antidrogas.com.br/mostraperg_resp.php?c=198

Como a família do dependente pode ajudar?

A família pode ajudar complementando dados que o(a) paciente dá ao médico, socorrendo o(a) familiar nos momentos mais difíceis, ajudando-o(a) no cumprimento do contrato terapêutico, lembrando-o(a) de tomar sua medicação (caso use) ou envolvendo-se em grupos de orientação contra as drogas na comunidade.

Quanto o crack é letal?

Estamos acabando de coletar dados do maior estudo feito no mundo. Não há nada tão longo. Pegamos os primeiros 130 usuários de crack internados em São Paulo, há 12 anos. Fizemos um acompanhamento depois de dois anos dessas internações. Em seguida, fizemos outro, cinco anos mais tarde. Agora estamos concluindo a análise desses usuários após 12 anos. A mortalidade é de quase 40% ao longo desse período. Nem leucemia mata tanto. A maioria dessas mortes é por causa da violência. Vimos que desse grupo ainda tem gente usando crack e que as famílias estão desgastadas. Notamos também que houve mais pacientes presos do que encaminhados para tratamento.

domingo, 20 de junho de 2010

5° Depoimento Crack, "Já passei por trinta internações"!


“Usava cocaína desde os 17 anos. Um dia, aos 27, fui comprar pó, não tinha e me apresentaram ao crack. Foi uma substituição automática. Sempre fumei sozinho, trancado em hotéis e motéis. Uma vez, sumi e cheguei a ficar dois meses dentro de um deles. Depois que passava o efeito da droga, vinham a paranoia e a mania de perseguição. Eu via até helicóptero descendo pelas paredes para me pegar.
Fui internado várias vezes, a maioria involuntariamente, o que é péssimo. O crack é o barato que sai caro. Já gastei 300, 400 reais por dia para comprar 30 gramas. Vendi som de carro, televisão de casa, objetos pessoais, roupa. Quando você volta para a sociedade, percebe que parou no tempo, e isso é muito frustrante.
Como tenho muita dificuldade de lidar com isso, acabo recaindo. Cheguei a ficar três anos limpo, mas voltei a beber e aí adeus. Com o crack você não tem opção: ou vai para a clínica ou morre. No último dia 22 de abril, internei-me pela trigésima vez.”

F.A.L., 37 anos, pecuarista, separado, três filhos, internado no Instituto Bairral, uma clínica de Itapira

sábado, 19 de junho de 2010

Polícia descobre droga mais letal que o crack !

Uma droga mais potente e letal que o crack foi descoberta no Acre. O Oxi é uma droga feita a partir de resíduos da folha de coca lacerada e misturada à cal virgem e querosene...

Leia mais aqui:

http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=1885&msg
=Polícia descobre droga mais letal que o crack

"Crack a droga da morte"...O falso barato!

O Ministério da Saúde estima que 600 mil jovens sejam dependentes de crack no Brasil. Mas alguns estudiosos calculam que este número seja o dobro. Estes são os impressionantes e preocupantes dados que constam de recente e providencial...

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http://www.antidrogas.com.br/mostra_manchete.php?lk=http://
oglobo.globo.com/opiniao/mat/2010/06/18/
o-falso-barato-916916899.asp&co=2694

XII Semana Nacional Sobre Drogas !

A Semana Nacional Sobre Drogas será lançada oficialmente pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira dia 21 de junho. A cerimônia acontece no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, às 17 horas em Brasília, Distrito Federal...

Leia mais aqui:

http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=
5152&msg=XII Semana Nacional Sobre Drogas

Crack na real,Superação!

"Dá pra sair, dá pra viver bem, resgatar valores, eu estava sem alma, não sentia..."

Assista os vídeos aqui:

http://www.nuncaexperimenteocrack.com.br/superacao.php

Crack na real,Tratamento!

Profissionais da área de saúde pública e de dependência de álcool e outras drogas referem que é comum o relato de pacientes que não aguentam mais usar a droga, por conta dos danos devastadores, mas que mesmo assim não conseguem parar de usar e, portanto, precisam de ajuda.
O uso de substâncias e a Dependência de álcool e outras drogas são questões complexas e que requerem abordagens multidisciplinar e intersetoriais e os usuários podem ser tratados sem necessariamente estar em abstinência.
Os serviços de saúde do SUS tem se deparado com um aumento do número de usuários de crack que buscam ajuda. Novas estratégias tem sido articuladas nos serviços para ampliar o alcance e efetividade das propostas de tratamento. Nem todos que necessitam de cuidados conseguem chegar aos serviços portanto ações de busca ativa e abordagem na rua, estão fazendo parte das propostas atuais do SUS.
As abordagens ao usuário de crack exigem criatividade, paciência e respeito aos seus direitos, enquanto cidadão, para superar seu estado de vulnerabilidade, riscos, estigma e marginalização. Estratégias preventivas podem ser levantadas não somente entre esse novo grupo, como também dirigidas àqueles usuários que, por algum motivo, ainda não se aventuraram nesse tipo de droga. O atendimento ao dependente de crack deve considerar alguns importantes critérios:
1. O usuário que não procura tratamento: a ele devem ser dirigidas estratégias de cuidados à saúde, de redução de danos e de riscos sociais e à saúde. As ações devem ser oferecidas e articuladas por uma rede pública de serviços de saúde e de ações sociais e devem ser feitas por equipes itinerantes, como os consultórios de rua, que busquem ativamente ampliar o acesso aos cuidados em saúde e em saúde mental destes usuários. A perspectiva dessa abordagem objetiva os cuidados da saúde como também as possibilidades de inserção social.
2. A porta de entrada na rede de atenção em saúde deve ser a Estratégia de Saúde Família e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Estes serviços especializados devem ser os organizadores das demandas de saúde mental no território. Os CAPS devem dar apoio especializado às ESF, fazer articulações intersetoriais (educação, assistência social, justiça, cultura, entre outros) e encaminhar e acompanhar os usuários à internação em hospitais gerais, quando necessário.
3. Quando o usuário acessa as equipes de saúde e de saúde mental, é necessária uma avaliação clínica das suas condições de saúde física e mental, para a definição das intervenções terapêuticas que devem ser desenvolvidas. É importante que se faça uma avaliação de risco pelas equipes de saúde para se definir se é necessária ou não a internação.
4. A internação deve ser de curta duração, em hospital geral da rede pública, com vistas à desintoxicação associada aos cuidados emergenciais das complicações orgânicas e/ou à presença de algum tipo de co-morbidade desenvolvida com o uso. É concebível e muito comum que usuários de crack, ainda que num padrão de uso preocupante, resistam à internação e optem pela desintoxicação e cuidados clínicos em regime aberto, acompanhado nos CAPSad por uma equipe interdisciplinar, nos níveis de atendimento intensivo, semi-intensivo e até o não intensivo. Nesse caso, a boa evolução clínica, psíquica e social dependerá da articulação inter e intrasetorial das redes de apoio, inclusive e se possível, com mobilização familiar.
5. A decisão pela internação deve ser compreendida como parte do tratamento, atrelada a um projeto terapêutico individual e, assim como a alta hospitalar e o pós-alta, deve ser de natureza interdisciplinar. Intervenções e procedimentos isolados mostram-se ineficazes, com pouca adesão e curta duração, além de favorecer o descrédito e desalento da família e mais estigma ao usuário.
Estratégias de intervenção e cuidados da rede de saúde:
a. Avaliação interdisciplinar para cuidados clínicos (e psiquiátricos, se necessário)
b. Construção de Projeto Terapêutico Individual, articulado inter e intrasetorialmente
c. Atenção básica (via ESF e NASF, com participação de profissionais de AD)
d. CAPSad - acolhimento nos níveis intensivo, semi-intensivo até não intensivo
e.Leitos em hospital geral
f.Consultórios de rua, casas de passagem
g. Estratégias de redução de danos
h. Articulação com outras Políticas Públicas: Ação Social, Educação, Trabalho, Justiça, Esporte, Direitos Humanos, Moradia.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Crack na real,Trajetória do Crack!

O crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980. O primeiro relato de uso no Brasil data de 1989. Desde então, o consumo da substância vem crescendo, principalmente nos últimos cinco anos. A situação de vulnerabilidade social de muitos jovens e pessoas em situação de rua, entre outras situações, também contribui para a disseminação da droga. Entretanto, hoje em dia, a droga afeta as mais variadas classes sociais, desde as mais abastadas até o limite da pobreza.
Os dados mais recentes sobre o consumo do crack no país estão disponíveis por meio do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID). Segundo uma pesquisa do orgão, 0,1% da população brasileira consome a droga. Grande parte dos usuários de crack relata início do uso da substância entre 13 e 26 anos.
O crack atinge os centros neurológicos de prazer de uma forma mais rápida do que por meio de outras drogas, porém seus efeitos são de pouca duração, o que leva o usuário a fumar imediatamente outra pedra. Esse ciclo ininterrupto de uso potencializa os prejuízos à saúde física, as possibilidades de dependência e os danos sociais.Portanto quem fuma crack, em geral, deseja prazer imediato, suprimir ou evitar um sofrimento.
O consumo traz distúrbios e mudanças de comportamento importantes que afetam a família e todos que estão a sua volta. Em razão de diferentes contextos de vulnerabilidade, onde o consumo da droga é apenas mais um, os dependentes têm seus laços sociais fragilizados e terminam por ser alvo de um forte processo de exclusão social.
Como todo uso de drogas está associado a fatores biopsicossociais, o consumo de crack não é diferente. Além dos problemas físicos, há os de ordem psicológica, social e legal. Ocorrem graves perdas nos vínculos familiares, nos espaços relacionais, nos estudos e no trabalho, bem como a troca de sexo por drogas e, ainda, podendo chegar à realização de pequenos delitos para a aquisição da droga. Há controvérsia se tais condutas socialmente desaprovadas têm relação com o estado de "fissura" para usar ou se resulta da própria intoxicação. A unanimidade é que o usuário desemboca numa grave e complexa exclusão social.
Em geral, não existem usuários exclusivos do crack, quem consome a droga também consome outras substâncias ilícitas ou lícitas.
O crack é uma droga com potencial de produzir sérios prejuízos, os usuários ficam expostos a situações relacionadas com o tráfico, criminalidade, a doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV/Hepatite B e C, por conta de comportamento sexual desprotegido e outras situações de extrema vulnerabilidade.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Crack na Real,Composição e Efeitos!

O Crack é uma droga feita a partir da mistura das sobras do refino da cocaína misturada com outras substâncias, como amônia e bicarbonato de sódio. A droga é geralmente fumada com um cachimbo, lata ou misturado com maconha. Quando utilizada por meio de uma lata de refrigerante, o usuário inala, além do vapor da droga, o alumínio que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.
Em menos de 10 segundos os efeitos da droga já podem ser sentidos, como euforia, hiperatividade, mas mesmo assim isso não alivia a sensação de cansaço físico do usuário. Se consumido em grandes quantidades, a pessoa pode se sentir agitada e hiperativa e depois que os efeitos diminuem, pode ocorrer episódios de depressão.
O crack interfere com um neurotransmissor químico do cérebro chamado de dopamina, envolvido nas respostas do corpo ao prazer. A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva ao aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer.
Ao mesmo tempo o uso da droga provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração (e por conseqüência em altos índices de abandono escolar), oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade em manter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte desses danos cerebrais, entretanto muitas vezes o quadro é irreversível.
O efeito estimulante da droga começa a decair em menos de 10 minutos, deixando o usuário desanimado, depressivo e com náuseas, o que resulta no desejo de fumar mais crack para se sentir bem de novo (fissura), e assim o ciclo se inicia novamente.
O organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete por conta da ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.
A fumaça do crack gera lesões nos pulmões, levando a disfunções, além de sangramentos na gengiva e corrosão dos dentes. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosses constantes, falta de ar e dores fortes no peito.
O desejo sexual dos usuários diminui. Os homens têm dificuldade em obter uma ereção. Há pesquisas que associam o uso do crack à maior vulnerabilidade à infecções sexualmente transmissíveis como a Aids. No momento da fissura, alguns usuários podem manter relações sexuais desprotegidas para conseguir dinheiro para comprar crack ou mesmo recebem crack como pagamento de relações sexuais.
Usuários de crack tem mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares (derrame e infarto) e respiratórias, com prognóstico de tratamento mais desfavorável. A ausência de condições mínimas de vida, aliada à violência e situações de perigo, como o envolvimento com traficantes, também são características que limitam as condições de vida destas pessoas, aprofundando a vulnerabilidade.

Drogas..como Prevenir?

Prevenção
Muito se tem feito nos últimos tempos para que as pessoas se previnam contra o uso de drogas. Mas também muito se tem feito, legal ou ilegalmente, para que elas sejam usadas. O resultado final é que as pessoas estão consumindo cada vez mais drogas.
Usar drogas, significa em primeira instância, buscar prazer. É muito difícil lutar contra o prazer, porque foi ele que sempre norteou o comportamento dos seres vivos para se autopreservarem e perpetuarem sua espécie. A droga provoca o prazer que engana o organismo, que então passa a querê-lo mais, como se fosse bom. Mas o prazer provocado pela droga não é bom, porque ele mais destrói a vida do que ajuda na sobrevivência. A prevenção tem de mostrar a diferença que há entre o que é gostoso e o que é bom.
Todo usuário e principalmente sua família têm arcado com as consequências decorrentes desse tipo de busca de prazer.
Pela disposição de querer ajudar outras pessoas, parte da sociedade procura caminhos para previnir o maior mal evitável deste final de milênio.
Caminhos disponíveis
1. Do medo - Os jovens não se aproximarão das drogas se as temerem. Para se criar o medo, basta mostrar somente o lado negativo das drogas. Pode funcionar para crianças enquanto elas acreditarem no adultos.
2. Das informações científicas - Quanto mais alguém souber sobre as drogas, mais condições terá para decidir usá-las ou não. Uma informação pode ser trocada por outra mais convincente e que atenda aos interesses imediatos da pessoa.
3. Da legalidade - Não se deve usar drogas porque elas são ilegais. Mas e as drogas legais? E todas as substâncias adquiridas livremente que podem ser transformadas em drogas?
4. Do princípio moral - A droga fere os princípios éticos e morais. Esses valores entram em crise exatamente na juventude.
5. Do maior controle da vida dos jovens - Mais vigiados pelos pais e professores, os jovens teriam maiores dificuldades em se aproximar das drogas. Só que isso não é totalmente verdadeiro. Não adianta proteger quem não se defende.
6. Do afeto - Quem recebe muito amor não sente necessidade de drogas. Fica aleijado afetivamente que só recebe amor e não o retribui. Droga é usufruir prazer sem ter de devolver nada.
7. Da auto-estima - Quem tem boa auto-estima não engole qualquer "porcaria". Ocorre que algumas drogas não são consideradas "porcarias", mas "aditivos" para curtir melhor a vida.
8. Do esporte - Quem faz esporte não usa drogas. Não é isso o que a sociedade tem presenciado. Reis do esporte perdem sua majestade devido às drogas.
9. Da união dos vários caminhos - É um caminho composto de vários outros, cada qual com sua própria indicação. Cada jovem escolhe o mais adequado para si. Por enquanto, é o que tem dado os resultados mais satisfatórios.
10. Da Integração relacional - Contribuição para enriquecer o caminho 9. Nesse trajeto, o jovem é uma pessoa integrada consigo mesmo (corpo e psique), com as pessoas com as quais se relaciona (integração social) e com o ecossistema (ambiente), valorizando a disciplina, a gratidão, a religiosidade, a ética e a cidadania.

4° Depoimento Crack: "Fazia roleta-russa com um revólver calibre 22"!

“Meus pais sempre foram muito rígidos. A primeira vez em que me autorizaram a viajar sozinho, fui para Maresias e experimentei maconha. Dois anos depois, cheirei cocaína. Quando a gente se mudou do Butantã para a Granja Viana, pedi ao pessoal da minha classe para não deixar de me chamar quando fossem fumar um. O problema é que logo na primeira vez me falaram que a droga era outra, o crack.
Fomos até a favela, em Carapicuíba, compramos, e eu experimentei. Em menos de dez segundos, meu corpo relaxou e comecei a suar frio. Foi uma enorme e rápida sensação de prazer. Daí você logo quer mais. No fim de semana seguinte, estávamos na favela de novo. Na terceira vez, já ia para lá sozinho. Passei um ano inteiro usando quase todos os dias. Perdi 12 quilos e fui demitido de um restaurante bacana no Itaim, onde trabalhava como chef (P.F. é formado em gastronomia pela FMU). Chegou um dia em que não queria mais usar. Mas não conseguia parar. Ia para a boca comprar chorando.
Um amigo meu se enforcou, outro pulou do prédio. Eu também queria morrer. Fazia roleta-russa com um revólver calibre 22 e cheguei a tomar uma caixa de ansiolítico. Fiquei três dias na UTI. Já tive duas recaídas, mas quero esquecer tudo isso. Estou limpo há seis meses.”

P.F., 31 anos, chef de restaurante. Ele passa o dia (9h às 18h) na Clínica Alamedas, na Alameda Franca. Paga 350 reais pela diária e mais 150 reais pelo acompanhamento de um terapeuta no período em que está fora dali

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Como afastar os jovens do mundo das drogas!

O crack – a droga mais perigosa da atualidade – invadiu a classe média. Uma pesquisa inédita mostra que as famílias não sabem onde obter ajuda. O que fazer para salvar os dependentes...

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http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=1876&msg
=Como afastar os jovens do mundo das drogas

Polícia descobre nova droga no Piauí mais letal que o crack: Oxi!

A polícia Rodoviária Federal (PRF) está em alerta para a possibilidade da entrada de uma nova droga no estado. Trata-se da "Oxi" ou oxidato, uma variante do crack. A droga é mais barata e ainda mais letal que o crack...

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http://www.antidrogas.com.br/mostra_manchete.php?lk=http://
www.cidadeverde.com/policia-descobre-nova-droga-a-oxi-mais
-letal-que-o-crack-60051&co=2691

Governo faz mutirão para tratar vítimas do crack !

Um mutirão de órgãos públicos, no âmbito federal, atua dentro de uma nova ofensiva para estancar o avanço do consumo de crack e, ao mesmo tempo, oferecer alternativas de recuperação aos dependentes, vítimas de uma das mais devastadoras entre as drogas ilícitas...

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Governo faz mutirão para tratar vítimas do crack

Unisc inicia estudo inédito sobre crack em Santa Cruz !

Um levantamento coordenado pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul é responsável por elaborar um estudo inédito sobre o crack na cidade. A ação envolve estudantes, agentes de saúde e professores que atuam no município...

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Unisc inicia estudo inédito sobre crack em Santa Cruz

Psicóloga conta dia a dia do crack!

RIO - M.S.,12 anos. Na busca pelo crack, foi violentada por seis homens e teve de fazer cirurgia para reconstituir a genitália.
P.F., 15 anos. Com baixa imunidade por fumar crack, contraiu tuberculose.
V.S., 17 anos. Contaminada pelo vírus HIV na rotina de trocar o corpo por uma pedra da droga.

Histórias chocantes como essas fazem parte do cotidiano profissional da psicóloga Marise Ramôa, supervisora da Embaixada da Liberdade, em Manguinhos – da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) –, que atende jovens viciados em crack.Há 16 anos fazendo um trabalho de assistência à crianças e adolescentes dependentes de drogas, ela se sente uma espécie de 'mãezona' dessa nova geração de viciados, em crack. Rotina que incorporou à vida particular.– Estou muito implicada nessa causa. São histórias que mexem com a gente. O caso dessa menina de 12 anos me chocou muito – admite Marise, que tem duas filhas. – Faço esse trabalho com amor, como se fossem meus filhos, também.A supervisora da Embaixada assiste a jovens dependentes desde 1994, até assumir a função na entidade da SMAS.
– Tenho prazer de estar com eles, que buscam a mão amiga, um horizonte para se livrarem do vício.
Marise faz questão de mergulhar na intimidade dos jovens, atendidos diariamente pela instituição, em Manguinhos.Essa epidemia de crack, que se alastra pelo Brasil, é retrato do descaso da sociedade, que produz o abandono desses jovens – entende a psicóloga do Núcleo de Direitos Humanos da Subsecretaria de Proteção Especial da SMAS.Segundo ela, os jovens fazem uso de crack como forma de autoafirmação, por carência afetiva junto à família e até como uma atitude de autodefesa por causa da exclusão social.
– Mas, no fundo, é demonstração de que estão sofrendo porque as consequências são sempre danosas para usuários de crack, principalmente, os menores – explica a psicóloga.Em apenas cinco meses, 698 menores assistidos.A epidemia de crack no Brasil começou em 2000. Uma bola de neve que cresce a cada mês. A maior prova disso é o constante aumento de atendimentos feitos pela Embaixada da Liberdade.Criada em 21 de dezembro de 2009, a entidade já acolheu quase 700 jovens dependentes de crack. De janeiro a maio, foram 698 os casos: janeiro (85), fevereiro (114), março (159), abril (187) e maio (153).Além de profissionais especializados, a entidade dispõe de alojamentos, oficinas de artesanato, pintura, desenho, grafite, salão e oficina de beleza – Muitos batem à nossa porta – lembra Marise Ramôa. – Lá, vivem uma rotina de prazer com atividades lúdicas e lazer. Se comportam como crianças e adolescentes .

terça-feira, 15 de junho de 2010

"O atropelado" Série Meninos do Crack!

“Crack é uma droga sem sentido: fuma, viaja, se apavora, desconfia de tudo e de todos e não se sacia nunca.”
Tantas lembranças que envolvem uma só coisa: a droga, o crack.O pior não são as lembranças, mas as vontades que perturbam a mente.O que pode passar pela cabeça de uma pessoa viciada em pedras?
Pensamentos bons são raros, porque sei que a minha realidade não é nada feliz...Pensei e repensei, não uma única vez, em me matar, dar um fim em tudo isso. Até peguei um fio de arame e coloquei no pescoço, mas faltou coragem. Eu queria que tudo isso acabasse. Não é vida para ninguém estar sempre em busca de pedras e mais pedras para fumar.E falando em busca, como já me arrisquei por causa do vício... Escravo
da droga, desde 2002, não é mole.A maneira como eu vivo, resumo em planos para me drogar, que às vezes da certo, às vezes não. Falam aí que o crack destrói os neurônios,mas quer saber: não acredito nisso aí não, se fosse assim já não tinha muitos viciados por aí. Simplesmente a idéia surgiu: eu iria me jogar em baixo de um carro, mas não com o propósito de morrer. Estava doido de tanta vontade.Pensei na tática: assim que o carro viesse, em alta velocidade, eu me atravessaria na frente dele. Fiz isso.Eu pensei: “ele vai parar e vou falar que não chamo a polícia, nem vou para o hospital, se ele me der uma grana”. Era esse meu plano, mas o motorista não parou. Saiu rapidamente do local e me deixou ali sangrando, quebrado no meio da rua.Meu camarada me socorreu,chamou uma ambulância e me levaram ao hospital, onde recebi atendimento.Imagina se eu ia contar que me joguei em frente ao carro... Claro que não! O que diria? Que tentei suicídio? Que minha intenção era ganhar a grana e ir fumar? Fiquei internado dez dias. As pessoas que dividiam o quarto comigo nem imaginavam a história de verdade. Como foi ruim ficar no hospital. Além de sentir muitas dores, ainda tinha que suportar a maldita vontade de fumar. Quando alguém falava que ia fumar um cigarro lá fora, eu saia de mim: imaginava pedra, fumar pedra. Sei que meu plano falhou. Pensei até em falar no hospital o meu problema,mas me senti envergonhado. As pessoas estavam internadas por estarem doentes e eu, porque queria dar um jeito de fumar pedra.Esse vício é do demônio. Se faz loucuras, não se pensa em nada,nem na própria vida. O negócio é fumar e nada mais, mas vou levando.Sei que isso não acaba bem, mas o que fazer? Não tenho grana para me internar, nem conheço ninguém importante que poderia me ajudar.A minha família não sabe. O que vou dizer a eles? Com certeza,desconfiam, mas não quero machucar eles com isso. Prefiro ficar assim.Tenho meus parceiros, um trampo aqui, outro ali. Ajudo um pouco em casa e o resto: meu fumo. Sempre quis ser policial, mas um policial justo, que não perdesse tempo em espancar usuários, mas em exterminar os traficantes.
Sandro tem vinte e oito anos. Freqüentou a escola até a 4ª série do ensino fundamental. Fuma crack há sete anos e não passou por internações de reabilitação.
Material extraído do Livro Meninos do Crack da Escritora Ana Paula Nonnenmacher

Porque uma pessoa passa de uma droga para outra?

São basicamente quatro os motivos:


1:. A droga em uso já não satisfaz mais. O corpo pode se acostumar com determinada droga, que passa a não produzir mais os mesmos efeitos que produzia ao ser ingerida pelas primeiras vezes. Parece, então, que a droga ficou mais fraca, é o processo da tolerância, isto é, o organismo passa a tolerar mais a droga, e as sensações corporais diminuem, tornando - se insatisfatórias.
2:. Acabou a droga. Quando o usuário não encontra mais a droga que deseja, por não estar á mão na hora em que quer ou por não encontrá - la mais no mercado, ele pode recorrer a outra.
3:. Associação (mistura) de drogas. O efeito indesejado da cocaína é a agitação psicomotora, muito incômoda ao usuário. Essa agitação não o deixa parar quieto nem o deixa dormir, podendo durar horas. Para diminuí - la, é comum o usuário tomar bebidas alcoólicas ou tranquilizantes.
4:. Curiosidade. Um usuário de drogas diminui, quando já não perdeu, sua capacidade de autopreservação. Para ele, uma droga a mais não faz difernça em seu critério de valores. Portanto, qualquer novidade que surja no mercado das drogas, ele vai experimentar. Até chegar ao crack e adquirir um vício muito mais forte que a anterior. Do mesmo modo, um tabagista, que por curiosidade experimenta maconha, pode viciar - se. Aliás, 80% dos canabistas começaram pelo tabagismo. Desses, muitos continuam com os dois vícios: maconha e tabaco, outros até abandonam o tabagismo, mas não desistem do canabismo.

Educação realiza ações de prevenção e combate ao crack !

Desde o mês de janeiro está sendo feito um trabalho de mapeamento da situação do consumo de drogas nas unidades escolares...

Leia mais aqui:

http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5144
&msg=Educação realiza ações de prevenção e combate ao crack

Semana Nacional sobre Drogas começa no dia 19!

MANAUS – A Semana Nacional sobre Drogas 2010 será realizada no período de 19 a 26 de junho, em Manaus. O tema deste ano será “A Juventude na Prevenção do Uso das Drogas”.
O Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas do Amazonas (CONEN) vai reforçar as informações para que os adolescentes saibam os malefícios que as drogas causam à saúde, ao comportamento social e ao desenvolvimento.
Quando reunidos em festas e bares, os jovens se tornam vulneráveis ao uso excessivo de bebidas alcoólicas e outras drogas. Estas situações de risco surgem com frequência pela de informações preventivas sobre os danos das substâncias.
Fonte:Portal Amazônia/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Plano Nacional de Combate ao Crack!

O Brasil vai investir R$ 410 milhões em 2010 para combater o consumo de crack no País...

Leia mais aqui:

http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/programas-e-campanhas/
plano-nacional-de-combate-ao-crack

Ouvi dizer que existem tipos de usuários/as de drogas. O que é isso?

É verdade, a UNESCO, um órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas), que trabalha com educação e cultura, distingue quatro tipos de usuários de drogas:
experimentador - é aquele que experimenta alguma droga para saber como é que é o efeito, por que deseja ter novas experiências, porque o grupo pressiona, por conta da publicidade que se faz, etc. Na grande maioria dos casos, o contato com a substância não passa das primeiras experiências;
ocasional - é aquele que utiliza de uma ou outra droga, só de vez em quando. Nesse caso, não existe a dependência e a relação com as pessoas continua normalmente.
habitual - é quando se utiliza freqüentemente de drogas e em suas relações pessoais e profissionais já começam a aparecer problemas. Já está correndo riscos de ficar dependente e seria importante que já procurasse por algum tipo de ajuda.
dependente - é aquele que vive pela droga e para a droga, quase exclusivamente. Como seus vínculos com as pessoas já está muito ruim, passa a ser isolado e marginalizado.

Recaída atinge até metade dos usuários de crack !

Aos 13 anos, N.Z.R. teve sua primeira experiência com drogas. Com o tempo, ao primeiro cigarro de maconha foram se somando outras substâncias ilícitas, como a cocaína, sempre em um coquetel temperado por doses fartas de bebida alcoólica...

Leia mais aqui:

http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=1878&msg=
Recaída atinge até metade dos usuários de crack

"Se o diabo inventou um inferno na terra, esse inferno é o crack"!


Toda vez que um viciado em crack acende seu cachimbo assina uma nova sentença de morte. Com o poder de escravizar às primeiras tragadas, a pedra à base de cocaína arrasta o usuário à sarjeta em pouquíssimo tempo...

Leia mais aqui:

http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/rs/cracknempensar
/19,0,2523689,Crack-motivou-51-dos-assassinatos-em-Caxias-ate-marco.html

3° Depoimento Crack: "Em três tragos, estava viciado"!

“Sou de um tempo em que usar maconha era sinal de contestação. Sempre tive uma vida boa. Filho de sociólogos, morei seis anos nos Estados Unidos. Saía do Colégio Equipe, onde estudava, e ia fumar um baseado com os amigos. Não demorou muito e experimentei cocaína, aos 17 anos.
Aos 20, virei comissário de bordo da Varig e passei a fazer voos internacionais. Cheirava carreirinhas de pó até voando, mas ninguém percebia. Era possível entrar em todos os países com a droga. Depois da quebra da Varig, fiquei sem emprego. Passei a trabalhar como tradutor e, em 2005, comprei um táxi. Circulava de madrugada e levava prostitutas para comprar droga. Um dia, uma delas me ofereceu crack. Bastaram três tragos para eu me viciar. Ia para o motel, me trancava no quarto com minha namorada e consumia umas catorze pedras.
Gostava de fumar uma enorme, chamada “juremona”, que custa 100 reais. Cheguei a gastar 500 reais num único dia. Vendi meu paraglider, que era a coisa que mais amava.
Fui perseguido duas vezes por policiais e, numa delas, acabei na delegacia. Por falta de concentração, não conseguia mais traduzir textos nem tinha vontade de guiar. Internei-me pela primeira vez em novembro do ano passado. Fiquei limpo por uns quatro meses. Recaí e voltei a me internar em abril.”


A.D., 44 anos, dois filhos, tradutor, ex-comissário de bordo da Varig

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Consultório sobre rodas para enfrentar a droga !

Van percorrerá região norte da Capital para auxiliar crianças e adolescentes.
A guerra contra o crack está prestes a ganhar mais um batalhão de combatentes na Capital do Rio Grande do Sul. A partir desta semana, funcionários do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) darão vida ao Consultório de Rua, que circulará em uma Van pela zona norte da Capital, ajudando crianças e adolescentes em situação de risco a superarem a dependência química...

Leia mais aqui:

http://www.antidrogas.com.br/mostranoticia.php?c=5141
&msg=Consultório sobre rodas para enfrentar a droga

2° depoimento Crack: "Abandonei minhas duas filhas"!

“Deixei de escovar os dentes e de tomar banho. Vivia apenas para fumar crack. Não conseguia nem cuidar das minhas filhas. Mandei a de 15 anos estudar no Canadá e a de 12 morar com o pai, em Porto Alegre.Troquei tudo o que tinha dentro de casa pela droga: televisão, eletrodomésticos, roupas... Fumava quinze pedras por dia. Minha família, desesperada, não sabia o que fazer. Venderam meu apartamento e meu carro. Quando consegui dar um tempo, voltei a trabalhar. Mas, ao receber o primeiro salário, troquei tudo por crack. Recaí de novo. É difícil controlar a fissura.”


F.O., 29 anos, separada, auxiliar administrativa

domingo, 13 de junho de 2010

Mãe relata a dor de ter perdido o filho para o vício do crack!

"Hoje vivo um dia após o outro" diz Flávia Costa Hahn após a tragédia que se abateu sobre sua família...

Leia mais aqui:

http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/rs/cracknempensar/19,0,2524744,Mae-relata-a-dor-de-ter-perdido-o-filho-para-o-vicio-do-crack.html


Por que 90% recaem no crack!

Sem sentir prazer por nada, o usuário passa a viver em função da droga


O crack chega ao cérebro de forma tão rápida e intensa que é capaz de transformar mecanismos do sistema cerebral. O crack bloqueia a absorção natural da dopamina, o neurotransmissor que emite a sensação de prazer. Com os neurônios encharcados da substância, surge uma sensação imensa de euforia. Quando o efeito passa, vem a urgência da repetição.Como a dopamina é o principal regulador do sistema de prazer e recompensa, o crack vicia rapidamente, explica o psiquiatra Felix Kessler. Com o tempo de uso, como muita dopamina é colocada à disposição, suas reservas vão se esgotando. O cérebro se torna menos sensível à droga e a sensação de prazer é substituída por alucinações.Outra consequência é que o usuário passa a não sentir prazer por outros aspectos da vida, como comida e sexo, explica o psiquiatra Celso Luís Cattani. Numa comparação simples, é como um elástico que, esticado além do limite, não volta mais ao normal. Essa falta de sensibilidade do sistema de recompensa gera uma insatisfação em relação à vida, distúrbio conhecido como anedonia. Na memória, sobra apenas a sensação de prazer gerada pela droga. Sem sentir prazer por nada, o usuário passa a viver em função da droga, ou fica mais propenso a recair no vício.

O drama das famílias dos viciados em crack !

                        
Famílias bem constituídas também estão sujeitas aos flagelos da droga...


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1° depoimento Crack: "Tentei matar meu irmão"!


“Depois de uma década usando cocaína, conheci o crack em 2007, quando tinha 27 anos. Não sentia vontade de fazer mais nada a não ser usar a droga. Fumava inclusive no trabalho. Nessa época, eu morava em Itu (SP) e era técnico em uma fábrica de sucos. Consumia trinta pedras num dia. Gastava de 5 a 10 reais em cada uma. Cheguei a estourar o cheque especial em cerca de 7 000 reais.
Como faltava muito ao emprego, fui demitido e minha família me internou numa clínica. Fugi depois de três dias. Quando voltei para casa, meu irmão e minha mãe me expulsaram (o pai deixou a família quando ele tinha 11 anos). Fui morar com um primo em Guarulhos. Não demorei muito para frequentar a Cracolândia. Ali, vivia perambulando pela rua e conseguia dinheiro como flanelinha. O mais importante era fumar e acalmar a fissura.
Depois de dois meses em São Paulo, voltei para minha casa em Itu. Peguei um cartão de crédito e comprei umas coisas nas Casas Bahia para trocar por droga. Nesse dia de paranoia, tomei álcool com energético misturado a várias drogas. Com raiva do meu irmão, que tinha me expulsado de casa, tentei matá-lo. Fui levado para a delegacia e depois me senti muito envergonhado. Decidi então me internar. Fiquei 52 dias e acabei de deixar a clínica (ele saiu no último dia 18).
Estou limpo há dois meses e arrumei um emprego como vendedor numa loja de motos. Por saber que tenho uma doença progressiva, incurável e fatal, frequento reuniões de grupos de dependentes anônimos. Não me considero recuperado, mas sim em recuperação. O mais importante é que meu irmão me perdoou.”

Angelo Pugliese, 29 anos, vendedor.

sábado, 12 de junho de 2010

O perfil dos traficantes escolares!

Fique atento à movimentação nos arredores da sua escola ou de seu filho.


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conteudo,0,3764,traficantesescolares.html

Sinais de alerta!

As marcas para descobrir se alguém está usando drogas na família ou no círculo de amigos são facilmente percebidas se existe diálogo e uma relação aberta. Quando falta conversa, também há sinais que podem ajudar pai, mãe, irmão ou avó e avô a descobrir o uso e tentar ajudar o viciado a livrar-se da dependência....

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cracknempensar/conteudo,0,3744,Sinaisdealerta.html

Maconha é porta de entrada!

A droga também pode provocar delírios, alucinações e dependência...

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19,0,2523342,Maconha-e-porta-de-entrada.html

Lula defende união nacional para garantir o sucesso ao combate ao crack!

Plano prevê a reinserção social e ocupacional dos ex-usuários...

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http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/rs/cracknempensar/19,0,2914128,Lula-defende-uniao-nacional-para-garantir
-o-sucesso-ao-combate-ao-crack.html

Crack: "De cada dez pessoas que provam, nove viram dependentes"!

Jorge César Gomes de Figueiredo, psiquiatra especialista em dependência química


“Antes, aparecia só um ou outro dependente de crack. Hoje, dos sete pacientes internados na minha clínica, que tem mensalidade de 13 500 reais, três são viciados nessa droga. Tem advogado, filósofo, professor... O poder viciante é impressionante. De cada dez pessoas que provam bebida alcoólica, uma vira dependente. Com o crack, são nove.
Quem fuma não precisa de mais nada. Encontra tudo na droga. Tem a sensação de que é forte e invulnerável. Rapidinho, o prazer da droga desaparece, mas a lembrança eufórica faz com que a pessoa não consiga largar. Ela fica agressiva, perde a autocrítica. Se precisar pisar no pescoço da mãe para conseguir a droga, vai pisar. Quem fuma crack vira um monstro.”

Jorge César Gomes de Figueiredo, psiquiatra especialista em dependência química

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Você conhece o Crack?..Não!?

Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação...

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O que é tolerância à drogas!

A tolerância acontece quando o organismo acaba por se acostumar ou fica tolerante à droga, ou seja, a droga faz a cada dia menos efeito. Assim para se obter o que se deseja, é preciso ir aumentando cada vez mais as doses.

Como os pais podem ter uma atitude de prevenção às drogas mais adequada?

Primeiro ponto é ser coerente, o que ele faz é mais importante do que o que diz, assim como o dito popular: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço."
As crianças aprendem pelo exemplo e imitação, percebem quando os adultos recorrem aos tranqüilizantes ao menor sinal de tensão, ou que estão comendo exageradamente por compulsão, ou fazem compras sem necessidade ou trabalham excessivamente... Todos esses comportamentos são dependentes e compulsivos e precisam ser repensados urgentemente pelos pais, antes que os jovens os assimilem e estabeleçam a mesma relação com as drogas.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Crack já substitui a cola para população de rua

O esforço para livrar os usuários, especialmente as populações mais carentes, do vício do crack não acaba após o tratamento em unidades de saúde...

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Caminhada abre I Semana sobre Drogas na orla de João Pessoa

O Programa Estadual de Políticas sobre Drogas do estado da Paraíba, realizará de 12 a 19 deste mês, a I Semana Estadual de Ações Educativas sobre Drogas...

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O Grito do Crack!

Antes restrita a indigentes que perambulam pelo centro, o crack hoje é consumido por paulistanos de todas as classes sociais. As histórias contadas por usuários e ex-usuários de crack são chocantes. Sempre. Quem cai nas teias dessa droga derivada da cocaína tem em um curto espaço de tempo a saúde devastada, as relações sociais destruídas e a vida destroçada. São depoimentos crus, sem meias palavras, que humanizam estatísticas cada vez mais alarmantes. Dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostram um crescimento de 42% no número de viciados em crack que procuraram tratamento entre 2005 e 2009 no Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad). Os relatos têm suas evidentes particularidades, mas se parecem ao mostrar que o usuário mergulha em total perda de contato com a realidade e em uma tamanha dependência que nada, absolutamente nada, é mais importante do que a próxima pedra a ser fumada. Emprego, amigos e família (pais, cônjuge e até os próprios filhos) desabam na escala de valor de quem está possuído pela droga. “O crack é a droga da amoralidade. Faz o usuário virar um homem de Neandertal”, afirma o psiquiatra Pablo Roig, especialista em dependência química e dono da clínica Greenwood, em Itapecerica da Serra — lá, 60% dos pacientes internados são viciados em crack; até 2000, essa estatística beirava zero. “Na boca, tem sempre mais gente vendendo crack do que outras drogas. Parece fila do McDonald’s”, diz João, 25 anos, estudante de engenharia, filho e neto de médicos, que há um ano e dois meses tenta largar o vício na Greenwood e paga 500 reais pela diária. A degradação acontece em uma velocidade incontrolável. Em menos de um mês, o fumante deixa de ser um ingênuo calouro em busca de novas sensações para se tornar usuário contumaz, viciado e entregue aos efeitos devastadores da droga. Ao contrário do que ocorre com a maconha, com o álcool e mesmo com a cocaína, que, apesar do perigo extremo, demoram mais para provocar danos degradantes, o crack causa prejuízos em curtíssimo espaço de tempo. Segundo estudo do psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo, 30% dos dependentes de crack morrem antes de completar cinco anos de uso. “É um índice maior que o da leucemia e de outras doenças graves”, alerta. As causas dos óbitos vão além dos malefícios da droga no corpo — para conseguir saciar o vício, o usuário perde a noção do perigo e envolve-se constantemente em situações de alto risco. “Mais da metade dessas mortes foi decorrente de confrontos com traficantes ou policiais.” A destemida busca pelo crack é acarretada pelo seu elevado e incomparável potencial viciante. “É raríssimo encontrar alguém que o use apenas social e esporadicamente”, diz a psicóloga Fátima Padin, especialista em dependência química e proprietária da Clínica Alamedas, nos Jardins. “Quem prova uma vez fatalmente vai querer usar de novo e de novo e de novo.” A sujeição cega deve-se ao imediatismo de seu efeito.
Números que assustam

Morte anunciada: Um em cada três usuários de crack morre nos primeiros cinco anos de consumo da droga, segundo estudo da Unifesp. Veja as principais causas da morte.
Surgido nos Estados Unidos, o crack é, grosso modo, a cocaína em pedra, para ser fumada em cachimbos ou latas. Ao ser tragada, a droga atinge os pulmões e entra na corrente sanguínea instantaneamente, chegando ao cérebro em menos de dez segundos, ao contrário da cocaína em pó, que leva cerca de dez minutos para fazer o trajeto. “Ao tragar, o barato é instantâneo. E, para piorar, curto”, conta o psiquiatra Jorge César Gomes de Figueiredo, da clínica Vitória, em Embu, a 30 quilômetros da capital. “Você sempre quer mais e mais”, confirma Gabriel Mori, há pouco mais de três anos “limpo” — termo usado pelos viciados para definir os abstinentes. Morador do Butantã, Mori, 26 anos, empresário, é o retrato da realidade ainda pouco conhecida no universo do crack.
Antes relegada às classes mais baixas e simbolizada pela Cracolândia, no centro da cidade, a droga na última década ascendeu socialmente e passou a atingir em cheio as classes A e B. Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que, entre 2006 e 2008, o número de usuários com renda familiar acima de 10 000 reais aumentou 139,5%. Não há estatísticas mais recentes, mas em clínicas especializadas na recuperação de dependentes químicos o sinal vermelho se acendeu faz tempo.
Os “craqueiros” são maioria em vários centros de recuperação visitados pela reportagem. Na década passada, eles não chegavam a 10%, segundo os donos das clínicas. “Quem se vicia no crack praticamente larga as outras drogas”, diz o psicólogo Sérgio Duailibi, diretor administrativo da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad). “Para diminuir a fissura, vez ou outra, o usuário mistura o crack com a maconha ou com a bebida”, afirma Solange Nappo, pesquisadora e professora de psicobiologia da Unifesp. A “tática” de misturar o crack à maconha (chamada pitilho, ou piti) pode, por outro lado, fazer com que ele subestime o poder da droga.
Nas páginas policiais, o crack também ganhou espaço na última década. De 2006 a 2009, a apreensão da droga pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) subiu de 450 para 1 123 quilos, um aumento de 150%. Porcentualmente em relação às demais drogas, o número de apreensões ainda é baixo (2,6%), mas é preciso colocar na conta boa parte da cocaína apreendida, já que o crack é produzido a partir da pasta-base da coca ou da cocaína em pó. Os traficantes, como bons comerciantes, perceberam que vale a pena diversificar o leque de produtos. Hoje, o crack está presente em qualquer ponto de venda de droga.
Números que assustam

90 milhões de reais para dobrar de 2 500 para 5 000 o número de leitos para dependentes químicos em hospitais do SUS.
10 reais é o preço de uma pedra de aproximadamente 5 gramas, suficiente para três tragadas.
Enquanto o diretor do Denarc, o delegado Marco Antonio de Paula Santos, afirma que a maconha sumiu do mercado por causa das seguidas apreensões, Solange acredita que se trata de uma estratégia do tráfico para empurrar o crack goela abaixo dos usuários. “O fato é que o tráfico está nas mãos do crime organizado”, diz Santos. “E eles perceberam que o crack, mesmo barato, pode ser mais rentável que as outras drogas.” Segundo o delegado, o combate ao pequeno traficante não resolve a questão. “É um tráfico pulverizado. Podemos ir a vários pontos de venda de crack e prender vinte, trinta pessoas. Além de a maioria não ficar presa, outras vinte, trinta pessoas vão estar ali no lugar delas no dia seguinte.”
O crescimento desenfreado do crack motivou — com um atraso de pelo menos uma década — um plano de tratamento e combate à droga lançado pelo governo federal no último dia 20. Na verdade, trata-se de uma reedição do programa anunciado em junho do ano passado, que não saiu do papel por “falta de dinheiro”, segundo palavras da secretária executiva do Ministério da Saúde, Márcia Bassit Lameiro. A promessa desta vez é investir 410 milhões de reais, sendo 90 milhões para dobrar de 2 500 para 5 000 o número de leitos para dependentes químicos no Sistema Único de Saúde (SUS). O programa também inclui, entre outras ações, a capacitação de professores da rede pública sobre o tema, a construção de abrigos e de centros para orientar usuários, que neles poderão descansar, tomar banho e se alimentar, e a criação de consultórios de rua. São medidas necessárias, mas insuficientes para controlar uma epidemia que começou na cidade de São Paulo na década de 90 e se espalhou por todos os estados brasileiros.
Conforme mostram os relatos, os dependentes podem levar anos para superar o vício e estão sujeitos a recaídas frequentes, mesmo depois de muito tempo sem usar a droga. Ainda não há tratamentos nem remédios que impeçam que o usuário volte a fumar as pedras. “Tem de haver uma vigilância diária até o fim da vida”, afirmam, em coro, os participantes de grupos de mútua ajuda, como os Narcóticos Anônimos. Eles auxiliam os usuários a se manter firmes na decisão de ficar longe das drogas. “A recuperação tem de ser de dentro para fora e exige uma força de vontade gigante”, explica o ex-dependente João Blota, de 34 anos. Depois de consumir crack por cinco anos, ele está limpo há treze e hoje é dono de uma agência de publicidade. “Sou prova viva de que é possível sair dessa.”
Efeitos no organismo
Boca: Porta de entrada da droga, sofre com queimaduras, inflamações na gengiva, cáries e perda de dentes.
Sistema digestivo: Como o organismo passa a trabalhar em função da droga, o dependente não tem vontade de comer e emagrece muito rápido. Por isso, fica desnutrido. Úlceras gástricas e diarreias também são frequentes.
Sistema reprodutor: Quem usa crack fica mais exposto a comportamentos sexuais de risco. Pesquisa da Unicamp com 252 usuários de cocaína e crack mostrou que 20% tinham o vírus HIV e 67% dos entrevistados nunca usaram preservativo nas relações sexuais. O dependente pode perder o interesse por sexo ou apresentar impotência.
Dedos: De tanto acender o cachimbo de crack, muitos queimam os dedos a ponto de deformá-los.
Cérebro: O uso crônico leva a danos cerebrais. A droga compromete a atenção, a fluência verbal, a memória e as capacidades de aprendizagem, concentração e planejamento. Paranoias também são comuns. Se ouve um barulho, o dependente pode pensar tratar-se de um helicóptero que o está perseguindo, por exemplo. Surtos psicóticos, perda de valores éticos e agressividade são outros comportamentos observados.
Pulmões: São os primeiros órgãos expostos às substâncias do crack. Tosse por irritação dos brônquios e chiados no peito podem aparecer dentro de minutos ou após várias horas de uso. Há casos de edema pulmonar.
Sistema cardiovascular: São comuns sintomas de taquicardia, aumento da pressão arterial e até arritmias, especialmente quando a droga é combinada com álcool. Isso pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC) ou a um infarto agudo do miocárdio, mesmo em pessoas jovens.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ex-viciados assumem o compromisso de livrar jovens do vício das drogas !

Os adictos em recuperação sabem o sofrimento que é viver na dependência química e decidiram lutar contra esse mal...

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Meu Mundo | Série Meninos do Crack !

Na sequência da série Meninos do Crack, conheça a história de Henrique. Ele tem dezoito anos, vem de uma família com nove filhos e convive com a droga desde criança...

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http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/portal-social/19,0,2931254,Meu-Mundo-Serie-Meninos-do-Crack.html

MP tenta tratamento a garoto viciado em drogas!

Família do menino procurou ajuda do ministério público pois não conseguiu internação

Leia mais aqui:

http://www.opopular.com.br/#2010-06-09/not_19081/mp_tenta_tratamento_a_garoto_viciado_em_drogas

Governo anuncia nova clínica de recuperação de dependentes químicos!

RIO DE JANEIRO - O drama de familiares dos usuários de crack no Rio pode estar com os dias contados...

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http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/06/08/e080622593.asp

Santa Catarina está entre os três estados do país com maior lucro no tráfico de crack!

Renda da população, acima da média nacional, atrai o comércio no Estado...

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http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/rs/cracknempensar/19,0,2920537,Santa-Catarina-esta-entre-os-tres-estados-do-pais-com-maior-lucro-no-trafico-de-crack.html

O contato dos adolescente com a droga é inevitável?

Isso depende do adolescente. Se ele quiser, poderá encontrar a droga em qualquer lugar...

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http://www.antidrogas.com.br/mostraperg_resp.php?c=65

Epidemia de crack está fora de controle, adverte especialista!

Cerca de 1,2 milhão de pessoas fazem uso da droga no país. Psiquiatra da Uerj diz que atendeu 200 pacientes e só recuperou um...


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terça-feira, 8 de junho de 2010

A encrenca do crack!

"Raspa da canela do diabo", droga se espalha pelo país

RESUMO Setenta por cento da cocaína apreendida no ano passado no Brasil se destinariam à produção de crack, segundo a Polícia Federal. Enquanto a droga se alastra pelo país em ritmo de epidemia, os usuários criam estratégias de sobrevivência e o marketing do tráfico investe no consumidor proveniente das classes C, D e E.

QUANDO A POLÍCIA APONTOU OS ROJÕES PARA O CÉU, para comemorar o sumiço da maconha do mercado em São Paulo, a pesquisadora Solange Nappo suspirou fundo: "Já vimos esse filme antes".

A maconha sumiu, de fato. A velha lei da oferta e da procura fez o preço subir às alturas de R$ 5 por grama, em vez dos estáveis R$ 2 em vigor praticamente desde o início do Plano Real, em 1994. Segundo a polícia, a escassez deve-se ao reforço da fiscalização e da repressão na fronteira com o Paraguai.

Solange, que trabalha na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), dá outra explicação. "Os traficantes já fizeram isso nos anos 90, quando enxugaram a maconha das bocas, para forçar a entrada do crack. O menino ia comprar um baseado e saía com pedras." Tudo mudava a partir daí. Nascia a Cracolândia.

A história remonta ao começo dos anos 90, no Hotel Copa 70, no meio da Boca do Lixo paulistana, onde um traficante de cocaína conhecido por "Chulapa" (homenagem ao jogador santista Serginho Chulapa) fez o primeiro teste de mercado, ensinando a alquimia da transmutação de pó em crack.

"O Copa, que já era de alta rotatividade, virou uma loucura", lembra o português T.S., que foi dono de um hotel na redondeza. "Um trazia a televisão para trocar por droga, outro o micro-system, outro aparecia com a máquina de costura da mãe. Um mercado persa." Quando Chulapa foi assassinado, uns três anos depois, o crack tinha ganhado todas as ruas em volta.

DOMESTICAÇÃO Na Bela Vista, bairro central de São Paulo, as bocas já se recusam a vender só maconha. Quem quiser, é maconha mais crack. Cinco gramas de maconha vêm num saquinho com cinco pedras. Preço mínimo: R$ 50.

A associação crack-maconha é a mais recente jogada do marketing das drogas. Tem até nome o cigarro de maconha com lasquinhas de pedra: "pitilho" ou "píti" (por ironia, a pronúncia é igual à palavra "pity", compaixão em inglês).

Com o "píti", o crack parece ter sido domesticado, embora o potencial de adição seja o mesmo da droga pura. Para fumá-lo, não é preciso improvisar cachimbos com latas de refrigerante, energético ou Yakult, como se faz com o crack. Ou até em tubos usados de pasta de dentes. (Diante de um desses apetrechos, o artista belga René Magritte talvez reconsiderasse sua frase mais famosa e dissesse: "Isto é um cachimbo".)

Misturada à maconha, o crack, atenua a paranoia -o seu efeito colateral mais perigoso. Acalma o usuário. Evita que entre em brigas. Combate o estigma de droga maldita, que afasta do crack até os "malucos" em busca de novas experiências.

"Ninguém imagina que vá começar a andar como um zumbi se fumar um baseadinho com crack", diz o músico M., 38 anos, há cinco transformado, ele próprio, em zumbi da cracolândia paulistana.

Como a lata que lhe serve de cachimbo esquenta muito durante a combustão, M. tem a boca transformada numa grande ferida. Queimaduras infeccionadas. Pelo menos até a cicatrização, ele promete usar apenas o "pitilho".

TUIIIIIIIIIM O crack é a cocaína na sua forma mais destrutiva. Mas ainda é cocaína. A diferença é a forma de administração. Os cheiradores expõem apenas alguns centímetros quadrados de mucosa (a do nariz) à absorção do princípio ativo da cocaína, a molécula benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzoico. Do nariz, a substância vai para a corrente sanguínea, para só então chegar ao cérebro.

O caminho é acidentado. Antes de atingir o cérebro, a droga enfrenta os ataques das esterases, enzimas que tentam defender o corpo da intoxicação, destruindo a molécula invasora. Quando uma pessoa cheira o pó, apenas um terço das moléculas de cocaína que entraram na corrente sanguínea chegam a atingir o cérebro depois da ação das esterases.

Para melhorar a eficiência, logo os custos com a droga, surgiu a injeção de cocaína -a pessoa se pica e a droga entra direto na corrente sanguínea, sem a intermediação da mucosa. Aumentam a velocidade de absorção e a quantidade do que é absorvido. As esterases têm menos tempo para agir. O "barato" é mais intenso.

Mas então veio a Aids. Em meados dos anos 90 aconteceu um massacre dos dependentes de cocaina injetável, que compartilhavam seringas contaminadas. Para atender o consumidor hard, os traficantes trataram de disseminar a novidade: não seria mais necessário injetar. Bastava dissolver o pó em água, misturar com bicarbonato e secar. A casquinha que se formava, uma vez fumada, produzia um tuiiiiiiiiim no cérebro, uma explosão de energia e luz.

O "milagre" da cocaína na forma de crack é obra dos pulmões. Quando puxa a fumaça do crack, o usuário arremessa as moléculas da cocaína para esses órgãos, que têm uma área imensa, cheia de alvéolos especializados em trocas gasosas com a corrente sanguínea. Nocaute das esterases.

Noventa por cento das moléculas de cocaína que entram no pulmão atingem o cérebro. Recorde de eficiência. Enquanto a cocaína aspirada leva 5 minutos para fazer efeito e o "barato" dura 60 minutos, o crack "bate" em apenas 5 segundos, mas os efeitos duram magros 5 minutos. A "fissura" e o "barato" se confundem.

REDUÇÃO DE DANOS Muitas mortes depois, os craqueiros criaram uma espécie de "manual de redução de danos", com regras de sobrevivência:

1. Não usarás o crack em grupo. Fumarás vosso cachimbo na solidão, para evitar confusões.

2. Não enfrentarás a polícia. Admitirás ser usuário de crack, a fim de evitar a prisão por tráfico.

3. Não ficarás próximo da boca, para não denunciá-la à polícia.

4. Pagarás o traficante religiosamente em dia.

5. Associarás o crack a outras drogas, como o álcool e a maconha, a fim de moderar os efeitos em cascata da paranóia, da depressão e da "fissura".

6. Usarás os serviços públicos para controlar as infecções e doenças típicas da vida nas ruas.

7. Procurarás urgentemente uma internação hospitalar, se o traficante quiser acertar contas, e ameaçar a tua vida.

8. Cafetinarás uma mulher. É o jeito mais fácil de arrumar dinheiro, e não tem os riscos do assalto.
Está funcionando.

O NEGÓCIO DO CRACK Não é apenas a redução de danos à saúde que explica o fenômeno do "pitilho". Qualquer dono de mercadinho na periferia sabe que, quando o mercado se expande, é hora de diversificar o leque de produtos. Os traficantes de crack parecem conhecer essa lei básica. Há pelo menos mais dois derivados do crack no mercado: o "basuco", droga ainda mais tóxica e agressiva, de refino mais grosseiro, e o "pitilho" (ou "mesclado"), a combinação de crack com maconha que está fazendo a cabeça dos noias da Cracolândia.

O "basuco" é feito sob medida para atender o grau mais baixo do mercado, pois custa mais barato. Já o "pitilho" busca o usuário que não quer o estigma causado pelo consumo de crack, afirma o antropólogo Paulo Malvasi, que estuda a relação dos jovens com o tráfico na Grande São Paulo.

"Na periferia, o crack é visto como o ápice do circuito do desespero", diz ele. "O 'noia' é encarado como alguém que está no limiar do humano. Nem os travestis sofrem tanto preconceito."

PÃOZINHO QUENTE "'Noia' não é gente. Se morrer, ninguém nota." O traficante D. M., dono de uma "lojinha" nos confins da zona leste de São Paulo, não esconde a cara de desprezo quando fala dos usuários de crack. "Lojinha" é a nova gíria para boca de drogas; o termo tem a vantagem de não levantar suspeitas. Ele diz que só atende essa clientela por uma razão econômica. "Coca vende na sexta à noite ou em dia de pagamento. Com o crack é diferente. Mal chega a pedra, você vende tudo. É que nem ingresso de futebol em final de campeonato."

A explicação de D. M. pode ser óbvia para um leigo, mas vale ouro para os pioneiros de um novo gênero de estudos no Brasil: o que busca entender como funciona o mercado de crack a partir dos aspectos econômicos. A observação de D. M. aponta um traço do crack que parece ter passado despercebido pela maioria dos estudiosos. A droga não apenas está entre as mais baratas -o preço baixo é a explicação simplista para a rápida expansão-, mas tem a maior liquidez no mercado de drogas ilícitas.

Liquidez é a facilidade com que um bem -o crack, no caso- pode ser convertido em dinheiro. Pãozinho fresco tem liquidez. Uma Ferrari não tem- porque pouquíssimas pessoas têm recursos para comprá-la. Mas o crack é um pãozinho quente que provoca "fissura" naquele que ficar sem comer o próximo.

PREGÃO NO MEIO DA RUA "Eu vendoooooo!", grita forte a jovem de 16 anos, grávida de 8 meses, no começo da rua dos Gusmões, coração da Cracolândia, às onze da manhã de uma terça-feira.

"Eu compro, eu compro, eu compro!", replicam os usuários, em torno de 50, avançando sobre ela. Pregão no meio da rua.

O ímpeto dos consumidores é tamanho que a garota precisa vender a droga e caminhar ao mesmo tempo, para não ser atropelada -várias pedras vão caindo pelo chão no empurra- empurra.

Mais tarde, quando bater a "fissura", ou síndrome de abstinência, quando o corpo do viciado exige reabastecimento, os craqueiros voltarão, recurvados, quase de quatro, para tentar achar algumas delas nas frinchas do asfalto.

As grávidas e os meninos com menos de 15 anos são os principais vendedores nesse varejão -a polícia não dá tanto em cima deles, conhecidos como "vapores". Eles trabalham para o traficante, em troca da ração diária de crack para seu próprio consumo.

Os que não trabalham como "vapores" arrumam dinheiro como podem. Cláudio Portella, no poema "Vigésima Primeira Pedra", incluído em seu livro "Crack" (Meca Editora), fez uma glosa da canção "Metáfora", de Gilberto Gil, para explicar a situação:

"Uma lata é feita para conter algo, Mas quando o poeta diz lata, Pode estar querendo dizer o incontível.
A minha lata conteve roupa, TV, som, celular, computador, Geladeira, microondas, carro, Jet-ski, casa, apartamento, Iate, fazenda, et cetera. Tudo condensado em fumaça."

LIQUIDEZ A liquidez do crack é uma das razões que levaram a droga a se espalhar pelo país. A última estimativa do Ministério da Saúde, de 2005, contabilizava 380 mil usuários no Brasil. Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrid), ligado à Unifesp, retrabalhados pelos economistas Sérgio Guimarães Ferreira e Luciana Velloso, o número de usuários de crack cresceu 125% entre 2001 e 2005 -não há dados mais recentes.

Nesse período, os consumidores de cocaína cresceram 42%. Só um tipo de droga supera o crack em aumento de usuários: as sintéticas, que tiveram um salto de 171%.

Números da Polícia Federal sobre apreensão indicam que o aumento de 125% pode ser um dado conservador ou ultrapassado. O delegado Cairo Costa Duarte, chefe do serviço de inteligência do setor de repressão a entorpecentes da PF, afirma que 70% dos 18.852 toneladas de cocaína apreendidas no ano passado eram matéria-prima para crack, a chamada pasta-base.

Segundo o delegado, esse percentual não aparece nos dados oficiais porque faltam peritos na PF, e a pasta-base que seria usada para produzir crack acaba contabilizada genericamente como cocaína. Cinco anos atrás o percentual de pasta-base apreendido, cujo destino seria a produção de crack, não passava de 20%. O aumento nas apreensões, diz ele, é um sinal de que a produção se expande.

"O crack se dissemina rápido porque a lucratividade é até maior do que a da cocaína", diz o sociólogo Luís Flávio Sapori, professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e coordenador do Instituto Minas pela Paz. "A clientela do crack é muito mais ampla do que qualquer outra droga: são as classes C, D e E". Sapori coordena uma pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) sobre o mercado de crack, uma das primeiras do gênero no país.

HIPERVIDA "O 'barato' do crack é uma maravilha. Uma sensação de hipervida. Você ouve mais, vê mais, tem o olfato mil vezes mais sensível, o toque idem. Os seus cinco sentidos se multiplicam ao infinito", diz Rafael Ilha, 37 anos, 20 dos quais às voltas para se livrar da dependência e, segundo ele, "limpo" há seis anos. Gozadores gostam de chamá-lo de Rafael "Pilha" -num surto de "fissura", ele engoliu duas pilhas pequenas.

Não foi uma tentativa de suicídio. Como estivesse internado numa clínica de reabilitação ultrarrestritiva, e lá não tivesse a menor chance de obter o crack, Ilha teve a ideia de forçar sua remoção para um hospital, de onde fosse mais fácil fugir. Deglutiu as pilhas. Antes, em outro surto, o ex-cantor já tinha engolido uma pilha média, uma caneta e três isqueiros, além de uma tampinha de xampu.

O ex-cantor do grupo Polegar e ex-namorado da mulher mais desejada do Brasil na década de 90, a atriz Cristiana "Juma" de Oliveira, tornou-se o craqueiro mais famoso do Brasil.

Surpreende a longevidade de Ilha, dependente de uma droga que até pouco tempo atrás matava seus usuários pouco mais de um ano depois da primeira "pipada" num cachimbo. Entre períodos "limpos" e outros "sujos", muito "sujos", o ex-cantor testemunhou a proliferação da epidemia de crack.

SEM POESIA Não é por acaso que Rafael Ilha saiu das páginas de cultura para as policiais. Também do ponto de vista cultural, o crack tem uma singularidade destrutiva. Lucy in the Sky, psicodelismo, camisetas de batique, flower power -do ácido lisérgico foi dito que "amplificava os níveis de consciência". Os Beatles gostavam. Até profeta o LSD produziu, na figura de um professor-doutor de Harvard, Timothy Leary (1920-1996).

A heroína roqueira lutou no Vietnã, anestesiando as dores da guerra. Virou musa de Lou Reed e do anglo-brasileiro Ritchie, em "Menina Veneno". O ópio já foi "comida" de Thomas De Quincey, Baudelaire e de toda sorte de aspirantes a poeta. Os jamaicanos Bob Marley e Peter Tosh converteram-se em gurus da maconha na Tribo de Jah.

Nos anos 80, a cocaína em pó trincou sorrisos de empresários yuppies -carreiras e carreiras enfileirando-se nos banheiros de escritórios e baladas. Mais recentemente, o ecstasy é a droga do sexo, das raves, do amor. Quanto ao crack, bem... o crack é a droga inculta e maldita que leva você ao lixo. O crack não tem poesia. É a "raspa da canela do diabo", conforme a gíria carcerária.

"Falam que é droga de pobre", diz Antonio Feres, 38, agente de segurança desempregado, craqueiro. "Esse é o principal problema do crack. Se não fosse por isso, já tinha pelo menos virado um filme, porque história é o que não falta".

PEDINDO PORRADA Os pesquisadores da Unifesp começaram a estudar a nova droga tão logo ela chegou a São Paulo. Depararam-se com a assustadora taxa de mortalidade entre os usuários. Segundo Solange Nappo, em um ano, o grupo se renovava.

Só que não era a droga diretamente que matava -ao menos na maioria dos casos.

Compulsivo, o craqueiro sem crack chamava encrenca. "Ele ficava na 'bocada' implorando para o traficante arrumar droga. Chorava, dava bandeira", conta a pesquisadora. "Quando recorria ao assalto para comprar a droga, era um trapalhão, sem nenhuma estratégia para roubar". A própria Nappo foi assaltada por esse novo tipo de trapalhão, durante uma pesquisa de campo.

Os riscos cresciam mais ainda, porque a sensação de onipotência proporcionada pela droga deixa os usuários sem a menor noção do perigo. Atravessam a rua sem olhar, enfrentam o traficante, achando que dominam a situação, desafiam os comerciantes, os seguranças e a polícia. Nas palavras de um policial militar que monta guarda na praça Princesa Isabel, um dos focos do crack em São Paulo, eles "pedem pra tomar porrada".

Segundo Solange Nappo, os craqueiros desenvolvem uma psicose -e por isso são chamados de "noias": ouvem coisas, desconfiam de tudo e de todos. "O crack não é uma coisa que alegra. É tenso, sempre tenso. O usuário imagina que uma unidade da Swat está escalando o prédio para pegá-lo, que tem microfone no ralo, que alguém vai roubar a sua pedra. Briga e violência vêm junto."

UM NOVO CONSUMIDOR Na calculadora, a cocaína até gera um lucro maior do que o crack, segundo dados da PF enviados à Organização das Nações Unidas (ONU), mas não divulgados no país. Um grama de cocaína vale R$ 6 no atacado e R$ 25 no varejo, gerando um lucro de 300%. O lucro do crack é menor, de 200% -o traficante graúdo pega o grama por R$ 4 e o revende por R$ 12. O que faz toda a diferença do crack é o tamanho da clientela em potencial. As classes C, D e E correspondem a 84% da população do país (162 milhões de pessoas), enquanto as A/B têm 30 milhões.

A mesma classe C que faz o comércio mais popular crescer em ritmo "chinês" ajudou a transformar o crack num problema epidêmico no país, de acordo com José Luiz Ratton, coordenador de um núcleo da Universidade Federal de Pernambuco que estuda violência.

"Há uma diversificação no mercado de drogas. O crack atinge um novo consumidor".

Não é exagero, segundo Sapori, colocar os traficantes na mesma categoria dos homens de negócios. "Os traficantes sempre foram grandes comerciantes. Só não tínhamos notado isso porque estudávamos somente o usuário de drogas", diz.

O Rio de Janeiro, que era livre do crack até sete anos atrás, pode ser um laboratório ideal para analisar o comportamento econômico dos traficantes. A aposta é de Daniel Cerqueira, professor de macroeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).

Cerqueira prepara uma pesquisa para testar suas hipóteses ousadas para explicar a vertiginosa expansão do crack no Rio. Segundo ele, o advento das drogas sintéticas - ecstasy e ácido lisérgico- provoca um deslocamento tectônico no mercado tradicional. Como a droga sintética é vendida pela classe média, o traficante de morro perde mercado -os jovens de classe A e B, que consumiam cocaína nos anos 80 e 90 do século passado, agora usam ecstasy.

CRACK, GÁS E GATONET "A droga sintética é um duro golpe na rentabilidade da cocaína", avalia Cerqueira. Com a queda da rentabilidade, o tráfico do morro reage e entra em novos mercados: botijão de gás e "gatonet" (a gíria carioca para a TV por assinatura pirata). "Ele também incorpora um novo produto, o crack, e um novo segmento de consumidores, o 'noia'. O crack é uma resposta à queda de rentabilidade da cocaína." Para ele, o mercado de drogas tem uma organização empresarial, e reage racionalmente para manter o lucro.

No Brasil, não há dados estatísticos que comprovem a perda de terreno da cocaína para as drogas sintéticas. Nos Estados Unidos, porém, o consumo de cocaína chegou ao patamar mais baixo nos últimos 30 anos, segundo o National Institute of Drug Abuse.

A ocupação dos morros do Rio pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) é um subproduto dessa perda de rentabilidade dos traficantes, segundo Cerqueira. A polícia entrou nos morros porque os traficantes estão com menor poder de fogo para reagir, e porque já não têm tantos recursos para pagar propina aos policiais. Tudo é resultado da queda de rentabilidade da cocaína, de acordo com o pesquisador.

O fenômeno das milícias -grupo de policiais que atuam como segurança privada- também tem ligação com a redução do lucro da cocaína, na visão do economista. "Quando cai o volume de propina dos policiais, eles saem em busca de novos negócios. As milícias são um desses empreendimentos".

BAGDÁ BOMBARDEADA Mesmo com as dezenas de operações "limpeza" realizadas na Cracolândia paulistana, nunca houve tantos craqueiros por lá. Técnicos a serviço da prefeitura estimam que algo como 3 mil a 5 mil "noias" perambulem dia e noite, senhores absolutos do polígono de 181 mil metros quadrados (área de 24 campos de futebol), bem no centro velho da cidade.

Cenário de Bagdá bombardeada, a Cracolândia de hoje é um território com quarteirões e mais quarteirões, demolidos em 2008 para dar lugar a um projeto de "revitalização urbana" que nem começou a se materializar. Seus habitantes são meninos e adultos que envelheceram no álcool e no crack, e grávidas (muitas), e deficientes físicos, doentes e sujos. E lixo espalhado -os "noias" arrombam os sacos de plástico em busca de qualquer coisa que possa ser trocada pela droga.

Tem uma cracolândia em Brasília, a menos de dois quilômetros do Congresso; tem em aldeia de índio; em Presidente Prudente, no extremo oeste do Estado; no pé dos morros cariocas; nos alagados de Recife. A "disneylândia do crack" se espalhou.