Van percorrerá a cidade para ajudar crianças e adolescentes
A guerra contra o crack está prestes a ganhar mais um batalhão de combatentes em Porto Alegre. A partir desta semana, funcionários do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) darão vida ao Consultório de Rua, que circulará em uma Van pela zona norte da Capital, ajudando crianças e adolescentes em situação de risco a superarem a dependência química.Encomendada pelo Ministério da Saúde, a proposta faz parte de um projeto mais amplo, que inclui a criação de um Centro de Atenção ao Álcool e Outras Drogas. Além do consultório móvel, a estrutura terá com centros de atendimento, núcleo de ensino e pesquisa e novos leitos de internação.Para dar vida ao Consultório de Rua, iniciativa inspirada em uma ação posta em prática em Salvador (BA) desde os anos 90, o GHC encaminhou a compra de uma Van.Enquanto o veículo não estiver disponível, a equipe pretende começar a circular por vias de bairros como Rubem Berta e Sarandi em um carro alugado. A ideia, segundo a psicóloga Adriana Canto Loguercio, é ir até os lugares onde vivem os usuários e, em um primeiro momento, ganhar a confiança de meninos e meninas. Um mapeamento está sendo feito para definir que pontos serão priorizados.Equipe terá integrantes das comunidades beneficiadas Além da psicóloga e de um motorista, participarão da iniciativa a assistente social Ana Lucia Poletto e o educador físico Luiz Fernando Bilibio. Também estão escalados um terapeuta ocupacional, dois técnicos em enfermagem, uma enfermeira e três redutores de danos. Esse trio, que ainda será escolhido, deverá ser formado por moradores das comunidades.– Eles nos ajudarão na hora de abordar as crianças que vivem nas ruas. Teremos de cativá-las para, aos poucos, conseguir promover mudanças – explica Adriana. Ao longo do processo, o grupo pretende visitar várias vezes um mesmo local. A Van será estacionada em uma praça, por exemplo, e os profissionais conversarão com os usuários de drogas, organizarão jogos, brincadeiras. Até um karaokê será usado. Com o passar do tempo, os envolvidos pretendem se tornar amigos capazes de ajudar os dependentes a tomarem decisões simples, mas fundamentais, como procurar a família e voltar à escola. A decisão de deixar as drogas será uma consequência.– Hoje, o Estado não chega a essa população marginalizada. Vamos aprender na prática o caminho certo para chegar até eles e fazer a diferença. O crack é uma droga destrutiva e precisa ser combatido – afirma o diretor-superintendente do GHC, Neio Lúcio Fraga Pereira.Se o projeto-piloto der certo, Pereira não descarta a hipótese de, no futuro, com apoio do Ministério da Saúde, ampliar o número de veículos e de participantes.
O projeto
FARÃO PARTE DO CAAD:
Prevê a criação do Centro de Atenção de Álcool e Outras Drogas (Caad)
- O Consultório de Rua, que será o primeiro a entrar em prática
- O Consultório de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps) com funcionamento 24 horas e o Caps da Infância e Adolescência, previstos para vigorar em setembro
- O Núcleo de Ensino e Pesquisa em Álcool e outras Drogas, previsto para este mês
- Leitos de internação, ainda em negociação
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